segunda-feira, 22 de setembro de 2014

ROBERTO SOBRINHO SOFRE MAIS UMA DENUNCIA POR CORRUPÇÃO - OPERAÇÃO LUMINUS


OMinistério Público de Rondônia, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e 5ª Promotoria de Justiça,protocolou na Justiça mais uma denúncia contra envolvidos na Operação Luminus, que desmantelou esquema de corrupção na Prefeitura de Porto Velho e na sua empresa pública, EMDUR. A operação foi deflagrada em abril de 2013, resultando na prisão do ex-prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, do ex-presidente da Empresa de Desenvolvimento Urbano (Emdur), Mario Sergio Leiras Teixeira, Wilson Gomes Lopes e o dono da empresa S.J.B, Sílvio Jorge Barroso de Souza, entre outros.
O MP, por meio do GAECO, denunciou o ex-prefeito Roberto Sobrinho, o ex-presidente da EMDUR, Mario Sergio, e dois ex-secretários de Planejamento de Porto Velho, Sérgio Pacífico e Bóris Alexander. Sobrinho e Mario foram denunciados por cinco crimes de peculato desvio; Pacífico por quatro crimes de peculato desvio; e, Bóris por um crime de peculato desvio.
Roberto Sobrinho e Sérgio Pacífico, então prefeito de Porto Velho e Secretário municipal de Planejamento, respectivamente, utilizaram orçamento da SEMPLA e celebraram com a EMDUR, em abril de 2011, o Convênio nº 026/2011, que visava repassar verbas públicas à EMDUR para ela custear o Convênio Municipal de Ressocialização de Apenados, no valor total de R$ 817.500,00.
Foram realizados sete repasses para a EMDUR no período de maio de 2011 a março de 2012, que totalizaram R$ 507.500,00. Nos meses de maio, junho, julho, setembro e dezembro de 2011 e março de 2012, os valores repassados por Sobrinho, Pacífico e Bóris, à EMDUR, foram muito superiores do que ela necessitava para custear a folha de pagamento dos ressocializandos, o que gerou um saldo ilegal no seu caixa de R$ 227.370,01. Este valor foi posteriormente desviado por Mario Sergio para atender interesses particulares da organização criminosa liderada por ele e Roberto Sobrinho. Todos os desvios se deram com a participação de Roberto Sobrinho e dos seus secretários denunciados.
O Ministério Público pede a condenação dos envolvidos nos termos do artigo 1º, inciso I, do Decreto Federal nº 201/67 (que dispões sobre Responsabilidades de Prefeitos e Vereadores) e no artigo 29 do Código Penal. A pena para cada peculato é de dois a doze anos de reclusão. Somadas as penas podem alcançar até sessenta anos de prisão. As ações de improbidade administrativa pelos mesmos fatos também serão propostas.
Apesar de devidamente notificado para comparecer ao Ministério Público para dar a sua versão sobre os fatos, Roberto Sobrinho não compareceu e solicitou que somente fosse ouvido após as eleições de 5 de outubro.
Esquema de Desvios
O Ministério Público, por meio do Gaeco, já havia denunciado em setembro de 2013 o ex-prefeito Roberto Sobrinho, Mario Sergio Leiras Teixeira, Sérgio Luiz Pacífico e Silvio Jorge Barroso de Souza pelo desvio de R$ 1.952.140,00, referente ao convênio nº 025/2011, firmado entre o município de Porto Velho e a EMDUR. Além desta, existe outra denúncia que versou sobre crime de peculato, pelo desvio de R$ 649.600,00 do convênio 059/2012, também celebrado entre município de Porto Velho e EMDUR e por fraudes licitatórias.
Roberto Sobrinho, junto com Mario Sergio, então presidente da EMDUR, e outros investigados firmaram vários convênios, por meio dos quais desviaram milhões de reais para contas bancárias da EMDUR.


Após o dinheiro entrar nessas contas, Mario Sergio e a sua equipe de Comissão de Licitações fraudaram vários processos licitatórios e fizeram com que as empresas do esquema saíssem vencedoras. Tudo se deu com a efetiva participação atuação do então prefeito de Porto Velho e Presidente do Conselho de Administração da EMDUR, Roberto Sobrinho.
Fonte: MP

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

CASO NAIARA KARINE - Irmão de um dos acusados faz protesto solitário durante inauguração da ponte sobre o Rio Madeira

Na manhã desta segunda feira, 15 de setembro de 2014, durante a solenidade de inauguração da ponte sobre o Rio Madeira, um rapaz se dizendo irmão de Richarlison Bruno Mamede, um dos acusados presos, suspeito de ter participado do sequestro, estupro e assassinato da jovem estudante de jornalismo Naiara Karine, no dia 24 de janeiro de 2013, esteve presente fazendo um protesto solitário, contra a prisão de seu irmão. Segundo o rapaz, seu irmão é inocente e foi "pego como bode expiatório."
O rapaz carregava um cartaz com os dizeres: "Quem mandou matar Naiara Karine? Agentes penitenciários são inocentes, usados como bode expiatório.  A pagar por um crime que não cometeram".

domingo, 14 de setembro de 2014

ELEIÇÕES 2014 - Ivonete Gomes inova na maneira de pedir votos e já é imitada por outros candidatos.

Não tem tempo ruim para ela, aonde tem um eleitor apto a votar, lá está Ivonete Gomes candidata pelo PSD e saindo pela primeira vez. 
Seja no Baixo Madeira, subindo e descendo barranco, andando por cima de pontes, enfrentando lama, poeira, estrada, a garupa de uma moto dentro do mato, rabeta, voadeira, enfim....Ivonete é incansável na busca pelo voto limpo. E ela faz isso olhando no olho do eleitor, falando de suas propostas e mostrando confiança, sem falsas promessas, sem enrolação.
Mostrando todo o respeito que um candidato tem que ter pelo eleitor e sem hipocrisia, Ivonete mostra que pode sim fazer uma campanha limpa e que esse negocio de compra de votos, é coisa de bandido, de candidato que não tem compromisso com o povo. Em suas caminhadas pelos bairros de Porto Velho, ela sugere ao eleitor que se chegar algum candidato querendo comprar seu voto, que toque ele de sua porta, já que se ele for eleito, o estrago vai ser muito grande. O comprador de votos, depois de eleito, vai querer recuperar o dinheiro "investido", e como ele faz isso? Desviando, roubando o erário.
Ivonete Gomes já fez caminhada em mais de 30 bairro em Porto Velho,  e seus colaboradores, admiradores e agora eleitores acompanham tudo pelas redes sócias, curtindo e compartilhando cada postagem da candidata ou de seus amigos. Isso acabou  chamando a atenção de muitos outros candidatos que resolveram também caminhar pelas ruas de Porto Velho.
Ivonete Gomes não seria candidata até as véspera da convenção do seu partido PSD. Resolveu atender o apelo dos dirigentes do partido para completar a cota feminina obrigatória para registro de chapa. De lá pra cá e com mais de um ano atrasada já que todos os candidatos estavam em pré campanha desde o ano passado, Ivonete vem levando a coisa a serio e quer mostrar para o povo de nosso estado, que a mudança pode acontecer sim, e ela vai provar que sim.
IVONETE GOMES 55.100 veio com força e um grupo de apaixonados colaboradores. Em todas as pesquisas ela já aparece entre os 10 mais lembrados pelo eleitorado de Rondônia.







E as caminhadas não param, Ivonete Gomes já esteve  em Candeias do Jamari, União Bandeirantes, Lago do Cuniã, Araçá, São Carlos, Boa Vitoria, Nazaré, São Sebastião, Rio Preto e promete caminhar a até o último dia permitido pela lei eleitoral.









domingo, 7 de setembro de 2014

O DELATOR ENTREGA OS NOMES


O ex-diretor Paulo Roberto Costa lista mais de trinta políticos envolvidos com a corrupção na Petrobrás e põe o governo no centro de um escândalo de proporções idênticas as do mensalão

REVELAÇÕES BOMBÁSTICAS
Após acordo com a justiça, Paulo Roberto começa a declarar a identidade de quem se beneficiou dos negócios escusos na maior estatal brasileira: deputados, senadores, ministros, governadores e partidos políticos.

O engenheiro Paulo Roberto Costa já foi um dos homens mais poderosos da República. Indicado pelo mensaleiro José Janene (PP), ele ocupou a diretoria de Abastecimento e refino da Petrobrás entre 2004 e 2012. Nesse período, passaram por seu gabinete decisões sobre aluguel de plataformas e navios, manutenção de gasodutos e construção de refinarias - e, junto com elas, interesses bilionários que despertavam a atenção de governos, parlamentares e empreiteiras. Paulinho, como era chamado pelo ex presidente Lula, soube servir a tantos e tão variados senhores que, como de costume, logo passou a ser cortejado por eles. No congresso, PT, PMDB e PP disputavam sua paternidade, tratavam-no como um afilhado dileto e elogiavam sua eficiência. Paulo Roberto era um exemplo a ser seguido, segundo seus padrinhos políticos. Foi assim até março deste ano, quando a Policia Federal prendeu o ex-diretor sob acusação de participar de um mega-esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef. Antes festejado, Paulo Roberto passou a assombrar os partidos, transformando-se em um fantasma capaz de implodir candidaturas de relevo e jogar o governo no centro de um escândalo de corrupção de proporções semelhantes às do mensalão. E isso aconteceu.
As investigações já haviam revelado a existência de uma ampla rede de corrupção na Petrobrás envolvendo funcionários da empresa, grandes empreiteiras, doleiros e políticos importantes. Funcionava assim: para terem acesso aos milionários contratos da estatal, as empreiteiras eram instadas a reverter parte de seus lucros para os cofres da organização. O dinheiro, depois de devidamente lavado por doleiros, era distribuídos entre os políticos e os partidos da chamada base de sustentação do governo. Apesar das sólidas evidências que surgiram, faltava o elo mais importante da cadeia: a lista dos beneficiados, dos corruptos, o nome de quem recebia ou se locupletava de alguma forma do esquema de arrecadação de propina. Não falta mais. Por medo de ser apontado como o único e principal responsável pelo esquema de corrupção que superfaturou e desviou recursos de projetos da Petrobrás, Paulo Roberto topou negociar os termos de um acorde de  delação premiada, instrumento legal pelo qual acusados têm direito à redução de pena ou até mesmo perdão judicial se colaborarem com as investigações, e identificou aqueles que seriam seus mais influentes parceiros.

Uma série de depoimentos do ex-diretor à Policia Federal explica essa reviravolta e ajuda a esclarecer porque Paulo Roberto era tão admirado quando despachava na Petrobrás e, agora, já atrás das grades, é tão temido na praça dos três poderes. Colhidos desde o dia 29 de agosto, eles renderam mais de 42 horas de conversas gravadas e, mais importante, deram aos delegados e procuradores um cardápio de políticos que, segundo o ex-diretor, se refestelaram nos poços bilionários da Petrobrás. Aos investigadores, ele disse que três governadores, seis senadores, um ministro de estado e pelo menos 25 deputados federais, embolsaram ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubados dos cofres da estatal. A alta octanagem das declarações provocou, de imediato, uma mudança na estratégia de investigação. Por envolver políticos detentores de foro privilegiado, que só podem ser processados nos tribunais superiores, o assunto passou a ser acompanhado do procurador geral da Republica Rodrigo Janot, e pelo Supremo Tribunal Federal. 

Nos últimos dias, VEJA obteve detalhes de uma parte significativa das declarações prestadas pelo ex-diretor. Paulo Roberto acusa uma verdadeira constelação de participar do esquema de corrupção. É o caso dos presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do Ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Entre os senadores estão Ciro Nogueira (PI), Presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR), o eterno líder de qualquer governo. Já no grupo de deputados figuram o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (SC) um dos mais ativos integrantes da bancada do PP na casa. O ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mário Negromonte, também do PP, é outro citado por Paulo Roberto como destinatário da propina. Da lista de três governadores listados pelo ex-diretor, todos são de estados onde a Petrobrás tem grandes projetos em curso: Sergio Cabral (PMDB) ex-governador do Rio de Janeiro, Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão, e Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e também ex-candidato a presidente da Republica, morto no mês passado vitima de um acidente aéreo.


Pelo acordo, Paulo Roberto se comprometeu a detalhar o envolvimento de cada um dos políticos no esquema. Até por isso, estima-se que, para esgotar o que ele tem a dizer, pelo menos mais três semanas de depoimentos serão necessárias. Sobre o PT, ele afirmou que o operador encarregado de fazer a ponte com o esquema era o tesoureiro nacional do partido, João Vacari Neto, cujo nome já havia aparecido nas investigações como personagem de negócios suspeitos do doleiro Alberto Youssef. Ao elaborar a lista de políticos e partidos envolvidos e empreiteiras que participavam do esquema e descrever a maneira como a propina era transposta de um lado para outro por vias clandestinas, Paulo Roberto Costa vem ajudando os investigadores a montar um quebra cabeças cuja imagem, ao final, lembrará em muito outro grande escândalo da política: o esquema funcionou a pleno vapor nos três últimos governos do PT e tinha como objetivo manter intacta e fiel a base de sustentação no Congresso Nacional. Ao irrigar o caixas das siglas aliadas e o bolso de seus integrantes, a engrenagem ajudava a manter firme as alianças. Qualquer semelhança com o mensalão, não é mera coincidência - com a diferença de que, as cifras agora, giram na casa dos bilhões. Nas declarações que forneceu à policia, Paulo Roberto não mede esforços para mostrar quanto era poderoso na organização criminosa. Já nas primeiras oitivas, ele fez questão de dizer que, na época em que era diretor da Petrobrás, conversava frequentemente com o então presidente Lula - e costumava tratar com ele de assuntos da companhia. "Por várias vezes, tratei diretamente com o presidente Lula", declarou numa das primeiras conversas com os investigadores. Da caixa de segredos de Paulo Roberto ainda há muito o que sair. Ele prometeu detalhar o conteúdo das conversar com o ex-presidente Lula.



Os depoimentos estão sendo colhidos por temas - e um deles já programado, servirá para esclarecer um assunto que virou emblema da barafunda em que a Petrobrás foi metida: a controversa compra da refinaria de Pasadena, no Estado Americano do Texas. A estatal brasileira, como se sabe, gastou 1,2 bilhões de dólares num complexo que, pouco antes, havia sido arrematado por 42,5 milhões. Junto com Nestor Cerveró, seu colega de diretoria. Paulo Roberto foi um dos responsáveis por costurar o negocio. Em conversas preliminares, o agora delator admitiu aquilo de que já se desconfiava: segundo ele, a operação de aquisição de Pasadena também serviu para abastecer abastecer caixas de partidos e para pagar propina a alguns dos envolvidos na transação. Nos próximos dias, Paulo Roberto prestará um depoimento específico sobre o assunto, em que deverá contar como o negócio foi engendrado e como o dinheiro pago a mais pela Petrobrás foi parar em mãos erradas. O delegado encarregado do inquérito sobre Pasadena, que corre em Brasília, irá a Curitiba especialmente para ouvir o ex-diretor. Até meados da semana passada, ele não havia nenhuma acusação formal contra a presidente e candidata à reeleição Dilma Rouseff, mas, sempre que havia alguma menção a ela, demonstrava mágoa profunda, e lembrava que na base das operações estão políticos que apoiam o governo.

Aos mais próximos, por mais de uma vez ele se queixou da postura da petista. O argumento sempre o mesmo: ela ataca publicamente ex-diretores da Petrobrás sem considerar que, politicamente, era beneficiária das engrenagens clandestinas que funcionavam na companhia, uma vez que o dinheiro sujo proveniente de lá ajudava a bancar a base de sustentação do governo no congresso. Porque o ex-diretor resolveu contar o que sabe? A pessoas próximas ele confidenciou que não gostaria de repetir a historia de Marcos Valério, o operador do mensalão, condenado a quarenta anos de cadeia enquanto os cabeças do esquema já estão a beira de deixar a cadeia. A saída, então, foi partir para a delação premiada. O primeiro depoimento foi prestado na sexta-feira 29 de agosto. Desde então, as sessões para ouvi-lo têm sido diárias. 
No prédio da Policia Federal em Curitiba, Paulo Roberto vem sendo interrogado por delegados e procuradores. Os depoimentos são registrados em vídeos - na metade da semana passada, já havia pelo menos 42 horas de gravação. Ao final de cada sessão, todo o material é lacrado. Os arquivos são criptografados para evitar vazamentos. Tamanho cuidado não é por acaso: as revelações que emergem dos depoimentos de Paulo Roberto são explosivas e têm potencial para causar um terremoto político em Brasília. Já nos primeiros depoimentos ele esmiuçou a logica que predominava na assinatura dos contratos bilionários da Petrobrás. Admitiu pela primeira vez, que as empreiteiras contratadas pela companhia tinham, obrigatoriamente, de contribuir para um caixa paralelo cujo destino final eram partidos e políticos de diferentes legendas da base aliada do governo. Em outras palavras, Paulo Roberto confirmou a existência de um mega-esquema de cobrança de propina que funcionava no coração da maior companhia da America Latina - e confessou que a sua poderosa diretoria estava a serviço da engrenagem criminosa.
O esquema se estendia, segundo ele, a outras diretorias da Petrobrás, e cada partido tinha seus encarregados de fazer a interligação entre os negócios e a política. O ex-diretor citou o PP, o PMDB e o PT como os principais beneficiários do propinoduto. Pouco antes de topar a delação premiada, Paulo Roberto fez chegar a velhos conhecidos uma declaração assustadora, especialmente para aqueles cujos nomes estarão nas urnas nas eleições de outubro: "Se eu falar, não vai ter eleição", disse. Perguntado pelos investigadores o que queria dizer com a declaração, fez um pequeno reparo: "Pode até ter eleição, mas o estrago será grande". E começou a contar o que sabia.


sábado, 6 de setembro de 2014

ESCÂNDALO DA PETROBRÁS - DELAÇÃO PREMIADA ARRASA COM POLÍTICOS, APRESENTADOR DE TV, EX CRAQUE DE FUTEBOL E MUITO MAIS...

A impressão em Brasília, desde ontem à noite, é que caiu um outro avião, ironicamente conhecido pelo prefixo “PT-PRC”, na cabeça dos dirigentes do PT e do PSB, que pode mudar o rumo dessa imprevisível eleição presidencial. Como era previsto e conhecido há mais de uma semana nos bastidores do poder, o “avião-delator” Paulo Roberto Costa entregou nomes e provas contra os comparsas nos crimes de lavagem de mais de R$ 10 bilhões sob investigação da Operação Lava Jato. Dilma Rousseff e Marina Silva ficaram apertadinhas ontem. Se o doleiro Alberto Youssef aderir à delação premiada, a crise fica “ainda mais séria”.

Além dos esperados políticos da base governista, junto com três governadores, 61 senadores e mais de 200 deputados, na lista de PRC aparece um milionário apresentador de televisão, um ex-craque de futebol, vários presidentes de clubes e, para tornar o Dia Internacional do Sexo mais excitante, o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. Neste ponto, procuradores já desconfiam que a Lava Jato se junta com a recente investigação sobre suspeita de lavagem de dinheiro, envolvendo o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendini, dedurado pelo motorista que fora servidor da amiga Rosemery Noronha. E se a Itália fizer retornar ao Brasil o ex-diretor de marketing do BB, Henrique Pizzolato, foragido do Mensalão, para contar tudo que sabe, o PT terá de sair do mapa...  

Se a investigação puder realmente ser levada a todas as consequências, na prática, a República Sindicalista do Brasil teria de ser fechada para revisão completa. Agora o risco concreto é que, como o escândalo mexe com muita gente poderosa demais, comece a ser abafada – da mesma forma como ocorreu com escândalo do Banestado -, para restringir as punições a alguns bodes expiatórios, como é costume no Brasil da Impunidade ampla, geral e irrestrita.

A revista Veja deste final de semana traz uma listinha inicial dos nomes que Paulo Roberto Costa citou, apresentando provas de envolvimento na Lava Jato: “Entre eles estão os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Do Senado,  Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR), o eterno líder de qualquer governo. Já no grupo de deputados figuram o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (SC), um dos mais ativos integrantes da bancada do PP na casa. O ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mario Negromonte, também do PP, é outro citado por Paulo Roberto como destinatário da propina”.

Veja também informa que, da lista de três “governadores” citados pelo ex-diretor, todos os políticos são de estados onde a Petrobras tem grandes projetos em curso: Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão. Logicamente, por causa das negociatas com a refinaria breu e Lima, em Pernambuco, sobrou para o agora santificado Eduardo Campos (PSB), ex-governador e ex-candidato à Presidência da República morto no mês passado em um acidente aéreo. Para pavor dos petistas, PRC confirmou que João Vaccari Neto, Tesoureiro Nacional do Partido dos Trabalhadores, era o operador encarregado de fazer a ponte entre os esquemas e o partido.

Concretamente, com provas, Paulo Roberto Costa dedurou pelo menos 25 políticos vinculados a cinco partidos (PT, PMDB, PP, PR e PTB). Um nome misterioso é de um “operador do PMDB”, político fluminense, a quem Paulo Roberto Costa atribuiu o papel de intermediário de aliados do governo em negociações com empresas fornecedoras de bens e serviços à Petrobras. A atuação desse político se estenderia à distribuição de propinas a partir de contas no exterior. Paulo Roberto Costa se complicou por causa dos US$ 23 milhões que mantinha em 12 contas na Suíça – onde também é investigado por lavagem de dinheiro.
O Globo informa que Paulo Roberto Costa deixou os procuradores com a impressão de que o mecanismo de cobrança e partilha de propinas em contratos da Petrobras funcionou para políticos e partidos aliados ao governo como uma espécie de continuação do Mensalão. Na verdade, aquilo que popularmente se chamou de Mensalão, com as famosas condenações pelo Supremo Tribunal Federal, não passou de mero roubo de galinha da vizinha perto do que as Operações Lava Jato e Porto Seguro constatam.

A Lava Jato segue na rota de derrubada da República, graças ao trabalho do juiz Sérgio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba. A Porto Seguro, em segredo judiciário, conseguiu ser abafada, nos bastidores, pela influência de Luiz Inácio Lula da Silva – que, milagrosamente, ficou de fora do Mensalão.

A merda foi jorrada no vaso – e fora dele também – sem dar descarga. Agora, só um lava jato na República Sindicalista do Brasil pode limpar a sujeira. Paulo Roberto Costa já tinha blefado que, se falasse, não haveria eleição... Pelo que foi denunciado, não há condições morais para a dedada na urna eletrônica contaminada pela corrupção estrutural na máquina estatal e política.

TEM SENADOR DE RONDÔNIA ENVOLVIDO - ESCÂNDALO DA PETROBRÁS SUPERA O MENSALÃO

Exclusivo: Paulo Roberto Costa começa a revelar nomes dos beneficiários do esquema de corrupção da Petrobras



























Fonte: Revista Veja e Estadão
Preso em março pela Polícia Federal, sob a acusação de participar de um mega esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa aceitou recentemente os termos de um acordo de delação premiada – e começou a falar.
No prédio da PF em Curitiba, ele vem sendo interrogado por delegados e procuradores. Os depoimentos são registrados em vídeo — na metade da semana passada, já havia pelo menos 42 horas de gravação. Paulo Roberto acusa uma verdadeira constelação de participar do esquema de corrupção. Aos investigadores, ele disse que três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais embolsaram ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da estatal.
Ele esmiúça, além disso, a lógica que predominava na assinatura dos contratos bilionários da Petrobras – admitindo, pela primeira vez, que as empreiteiras contratadas pela companhia tinham, obrigatoriamente, que contribuir para um caixa paralelo cujo destino final eram partidos e políticos de diferentes partidos da base aliada do governo. 
O nome do presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi mencionado pelo ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa em depoimentos prestados à justiça na tentativa de conseguir o perdão judicial através da delação premiada. A empresa UTC Engenharia também foi citada pelo ex-executivo como integrante do esquema que desviou recursos de contratos bilionários da Petrobrás.
As empresas ganhariam os contratos em troca de pagar propina de 3% para deputados e senadores conforme antecipado pelo portal do Estadão nesta sexta feira (05).
O Estadão apurou que um dos negócios envolvendo Renan é um acerto com o doleiro Alberto Youssef para que o Postalis comprasse 50 milhões emitidos da  Marsans Viagens e Turismo, que tinha Youssef como um dos investidores. O doleiro teria se reunido com Renan, em Brasília, no inicio de março, para acertar a comissão do PMBD nesse negócio. O fundo de pensão dos correios é controlado pelo PMBD E pelo PT. O negócio só não ocorreu porque estavam em curso quando Youseff e Paulo foram presos. A empresa fechou apos as prisões. A assessoria de Renan informou que não localizou o senador para comentar sobre o assunto. Procurada, a UTC Engenharia informou que emitiu nota informando que "é uma empresa com 40 anos no mercado, referência no mercado de óleo e gás. As obras realizadas para a Petrobrás foram contratadas através de processos licitatórios, seguindo todos os trâmites legais. A UTC repudia qualquer insinuação envolvendo seu nome a práticas que contrariam as leis e a ética".
Citados. No inicio das investigações foram citados vários de nomes de parlamentares e partidos , supostamente  envolvidos no esquema de corrupção. Entre eles, o tesoureiro do PT, João Vaccari, o deputado André Vargas (sem partido porque foi expulso do PT), Luiz Argolo (SD-BA) e Fernando Collor de Melo (PTB-AL). O portal do Estado revelou nesta sexta feira que o ex-diretor da Petrobrás, envolveu 32 deputados e senadores e um governador de 5 partidos políticos que receberiam 3% de propina em negócios com contratos da Petrobrás durante sua gestão na diretoria de abastecimento da empresa. Desde sexta-fera passada (29),  Costa esta prestando depoimentos diários que se estenderam durante oda a semana, numa tentativa de conseguir o perdão judicial por meio da delação premiada.
O Estado apurou que costa relatou aos policiais a formação de um cartel de partidos políticos que atuavam para desviar recursos da Petrobrás por meio de comissões em contratos arranjados. E exemplificou: "Todos os dias tinha políticos batendo na minha porta" . Num dos depoimentos, ele citou a conta de um "operador do PMDB" em um banco europeu.
Costa contou que os desvios nos contratos da Petrobrás envolviam desde o funcionário de terceiro escalão até a alta cúpula da empresa, durante sua gestão na diretoria de abastecimento.
O ex-executivo também citou nomes de empreiteiras que conseguiram os contratos. Inicialmente seus alvos foram as empresas, mas não havia como ausentar os políticos, uma vez que foram beneficiados com propinas. Por causa da citação aos políticos, que têm foro privilegiado, os depoimentos estão sendo enviados para a Procuradoria Geral da Republica.
Foi apurado também que o acordo da delação premiada assinado por Costa, prevê praticamente o perdão judicial. A pena será minima perto dos 50 anos que poderia pegar se responder aos processos. Ele deverá ficar um ano usando tornozeleira eletrônica, em casa, no Rio, sem poder sair na rua.
Depoimentos. Os depoimentos têm sido longos. No primeiro dia duraram mais de quatro horas. Pessoas que estiveram com ele, dizem que está exausto, mas se diz aliviado. O ex-executivo demonstrou preocupação apenas quando soube que a imprensa noticiou a delação premiada. Seu temor é se tornar "um arquivo vivo". São horas de relatos, acompanhados de um advogado, um delegados e um membro do Ministério Público.
Os depoimentos são todos filmados, e tomados em uma sala da custódia da Policia Federal. Ao final de cada dia, são lacrados e criptografados pelo PGR, que mandou emissário a Curitiba no inicio do processo da delação premiada.
O doleiro Alberto Youssef, também preso acusado de ser um dos cabeças do esquema desbaratado pela operação Lava Jato, também tentou negociar com o MP uma nova delação premiada (ele fez a primeira no caso do Banestado), mas o advogado o demoveu porque pegaria, pelo menos, 3 anos de prisão, em regime fechado.


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